De natureza indefinida, a arte não assume fixamente valores quantitativos e qualitativos, variando seu caráter conforme o observador.
Não tem como dizer que algo é mais arte ou menos arte que outra coisa, assim como o belo para um não necessariamente é belo para outro.
Indo além nessa questão, a arte não necessariamente é o belo, e é impossível traçar uma relação definida entre o belo e a arte.
Quando se fala da arte enquanto a manifestação física de algo, estamos tratando da arte enquanto algo que se plasma, porem este algo que plasmou pode ter valor artístico para um individuo e para outro não.
Então fica a pergunta: Isto é arte ou não?
Qualquer afirmação de que uma determinada objetivação seja arte ou não, esta fadada a questionamentos infindáveis sobre sua originalidade.
Para que o “ser ou não ser arte” fique superado, pois não se chega a uma definição de consenso geral sobre a questão, o Movimento “A Coisa” tratará a arte não como algo especificamente plasmavel, mas algo intrinsecamente do observador ou degustador de uma experiência qualquer.
Ou seja, aqui a arte deixa de ser algo existente no Objeto e passa a ser a experiência do Sujeito que se eleva ao nível de Arte.
O fato de transportar o Sujeito a um estado especifico, mas ainda assim indefinível, através de uma experiência, que pode ser provocada por um objeto qualquer, isso seria Arte. A arte é um estado em que o Sujeito se encontra, e pode vir através de infinitas experiências.
O Estado Genuíno de Arte
Quando o Sujeito é tomado por uma profunda apreciação, que inibe qualquer conscientização de si, rompendo a separação de seu “eu” com a experiência vivenciada, por quanto este evento durar, ali esta o Estado de Arte.
O Estado de Arte é uma atividade que coloca o individuo para alem de si, entrando em uma dimensão cósmica, para alem do pessoal. Neste momento é como se o individuo se desligasse por completo do tempo e espaço, sem lembrar, mesmo que minimamente, que existe o próximo, que possui uma casa, família, que esta em uma cidade, pais, ou planeta Terra, ate mesmo não se lembrará que fala uma língua. Este estado pode ser definido como uma diluição na experiência que aprecia, remetendo-o ao Estado de Arte, sem separação qualquer como o Todo.
Como uma gota de chuva atraída pela imensa massa do Oceano, vislumbrando e se identificando tão intimamente com o Oceano, que ao se chocar com esta grande massa deixa de ser gota e se funde a sua Origem Maior.
Quando algo é produzido, com o objetivo de provocar este estado nas pessoas, ali esta a busca pela arte, como se aquele objetivo, ao ser produzido pelo criador, fomentasse o Estado de Arte no próximo.